Será que existem mesmo bons chefes?
Por Gilberto Guimarães
A mais angustiada das tarefas é tentar formar uma equipe ideal, e a dúvida mais recorrente é definir o que é ser um bom chefe, se é que ele existe mesmo. Quem é o chefe adequado para uma equipe montada para ser de alta performance?
A sabedoria convencional, quando o que parece ser certo, na verdade não é, define que; para os chefes, “ser bom chefe é ser duro, justo e eficaz, e mesmo assim, ser amado”, para os subordinados, “um bom chefe é alguém próximo, amigo e leal, e mesmo assim, eficaz”. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra.
Antes de mais nada um bom chefe é aquele que sabe escolher os melhores parceiros para sua equipe. Para não me alongar muito prefiro utilizar as técnicas clássicas das religiões, que, ao invés de definir tudo que se pode fazer, optam por determinar aquilo que não se pode, aquilo que é proibido; os poucos pecados capitais, os poucos “Não”. Fica mais fácil “se não é pecado, pode ser feito”. Assim criei os poucos “livre-se de ...”, de pessoas que não podem fazer parte de uma equipe de alta performance, que são:
Livre-se dos Preguiçosos; que falam muito, fazem pouco, vivem tendo grandes ideias, mas acabam sempre dando apenas boas desculpas pelo não feito.
Livre-se dos Pretensiosos; que se creem melhores do que são, não ouvem e não aceitam a opinião dos outros, e para quem a culpa é sempre dos outros.
Livre-se dos Indecisos; que nunca decidem, que sempre brecam todo o processo em busca de mais detalhes, e que sempre acabam criticando quem fez alguma coisa.
Livre-se dos Carentes Afetivos; que paralisam se não forem “carregados no colo”, que se sentem injustiçados se o “colega” ao lado é elogiado, que choram e perdem tempo dos outros.
Livre-se dos Inadequados; que dizem o que não se deve, assediam e invadem, e sempre acabam criando um péssimo “clima” na equipe.
Livre-se dos “Politiqueiros”; que falam demais, que julgam demais, que “fofocam” por tudo e com todos, e acabam desestabilizando as lideranças sem criar nada de volta.
Livre-se dos Desonestos; sem ética e sem caráter, com eles tudo vai por água abaixo.
Tirando estes, todos os demais são bons parceiros de equipe. Fácil.
Agora, a equipe montada, se você pretende ser um bom chefe para eles lembre-se que toda e qualquer pessoa que vire chefe de alguém deveria se tornar sua principal fonte de inspiração, ser admirado. Isto é apenas um primeiro critério, mas existem algumas reflexões adicionais a serem feitas e tarefas a serem cumpridas:
Primeiro; não coloque na equipe mais gente do que necessário, porque bons profissionais apreciam mais a vida quando tem muito trabalho para fazer.
Estabeleça padrões e expectativas bem altas, e controle de perto seu atingimento. Nada desmoraliza mais um chefe do que aceitar um trabalho de segunda classe.
Reconheça e faça festa quando sua equipe tiver um desempenho excepcional. Faça com que todos saibam como você ficou feliz.
Evite a rotina. Crie novos caminhos, novas alternativas, novos desafios. Faça-os sentirem-se desafiados.
Eduque, forme e promova o mais rápido possível.
Delegue. Faça-os sentirem-se úteis e importantes. Obrigue-os a pensar e a decidir.
Fique rouco de tanto escutá-los. Eles sempre terão bons conselhos, bons palpites e boas ideias.
Esteja seguro e convicto que está conseguindo tirar deles tudo que eles podem dar. Bons profissionais adoram quando se sentem dando o máximo que podem.
Faça sempre uma profunda avaliação de si próprio, descubra o que gosta, o que sabe, com quem gosta e com quem sabe. Aprenda a respeitar seus limites. Nada pior que um chefe prepotente por suas inseguranças.
Faça sempre uma aprofunda avaliação das pessoas de sua equipe. Faça-os saber o que pensa deles.
Livre-se sempre dos maus que prejudicam e contaminam o desempenho da equipe. Os bons que permanecem adoram saber que foram os escolhidos.
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